Um dos maiores traumas de minha vida – se não o maior- foi a falte de incentivo em relação ao esporte. Desde pequeno ostentei o sonho de jogar futebol, confesso que na linha nunca fui grande coisa, porém, no gol parecia ter encontrado meu lugar, depois de investidas e longas conversas – ou seriam debates?- com meu pai sobre testes e clubes ou sobre minha entrada em alguma escolinha de futebol, as frases “você passou da idade” e “é preciso ser muito bom para ser normal entre os profissionais” me dilaceravam por dentro, embora fosse verdade ele nunca havia me visto em ação, e assim meu primeiro grande sonho era destruído.
Anos se passaram e devido a problemas pelo rápido crescimento um médico me vendo na condição de pré-adolescente sedentário, me indicou a fazer natação. Era um novo esporte para mim, um novo desafio e dediquei-me ao máximo.
Passados alguns anos eu já conseguiria o feito de vencer meu professor, rapidamente percebi que levara jeito para a coisa, a cada semana que passava era um recorde pessoal batido, já estava pronto, estava completo, queria agora era competir, testar meus limites, novamente inúmeras investidas e conversas com meu pai, mas, desta vez para me ver em ação, e mais uma vez nada.
Frustrado mais uma vez larguei a natação, dois anos se passaram e o Esporte Clube Pinheiros faria uma seleção para preparar jovens em atletas para as Olimpíadas de Londres 2012, era a minha grande chance, porém estava há muito tempo sem nadar, e pela primeira vez concordei que seria uma tentativa inútil, mais um sonho tinha se esgotado e o sentimento era de total incapacidade sentia-me um lixo, pior que o trapo que nem mesmo o mais miserável ser ousaria usar, o tempo passou e a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede das Olimpíadas de 2016, minha mente já começa a fazer as contas, são 7 anos de preparação para que no dia 6/08/2012 quando terei 24 anos eu finalmente conquiste um sonho , ainda é cedo para dizer algo, mais aos poucos, bem lentamente vai crescendo uma pequena chama dentro de mim, quem sabe a chama de um sonho Olímpico.
Fellipe Sousa
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